sábado, 16 de maio de 2009

"Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé"

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O prazer, Salve!

Recebemos uma proposta de nosso Mestre Alexandre Mate, para trabalhar o texto de Zeno Wilde, Salve o Prazer - Assis Valente - Um Musical Brasileiro, e a idéia foi recebida com muita empolgação - principalmente, quando o "batuque", de certa forma, já está inserido em nosso meio e nós toca de alguma forma.

Chegou a hora do Samba no pé, dos pandeiros pelos corredores, de jogar a voz pro alto, das cuicas, das percussões e de todo barulho que vira música, vindo, verdadeiramente, de nós.

A proposta movimento a turma a procurar mais o conhecimento daquilo com que estamos lidando. Uma troca de aprendizados e, quando dei por mim, vi uma turma mobilizada (com muito prazer, rs) a tocar pandeiro, violão, outros instrumentos de percussão, a dançar, a sambar, a procurar pesquisas de sons com o próprio corpo.

Cinco esboços de cenas, do texto de Zeno Wilde, foram apresentados no dia 05 de maio. Um dia de preparação, tensão e muito prazer.

Então, assim seja:
Salve o Prazer!

lilian

Brasil Pandeiro

Composição: Assis Valente

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui na Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar

Salve o Morro do Vintém, Pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar

O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato

Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar

Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente
Num batuque de matar

Batucada, Batucada, reunir nossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Ô, ô, sambar, iêiê, sambar...

Queremos sambar, ioiô, queremos sambar, iaiá

Fez Bobagem

Composição: Assis Valente

Meu moreno fez bobagem
Maltratou meu pobre coração
Aproveitou a minha ausência
E botou mulher sambando no meu barracão
Quando eu penso que outra mulher
Requebrou pra meu moreno ver
Nem dá jeito de cantar
Dá vontade de chorar
E de morrer
Deixou que ela passeasse na favela com meu peignoir
Minha sandália de veludo deu à ela para sapatear
E eu bem longe me acabando
Trabalhando pra viver
Por causa dele dancei rumba e fox-trote
Para inglês ver

Boneca de Pano

Composição: Assis Valente

Boneca de pano
Gingando num cabaré
Poderia ser boneca de louça
Tão moça mas não é
Poderia ser boneca de louça
Tão moça mas não é
Um dia alguém a chamou de boneca
E ela sendo mulher, acreditou
O tempo foi passando
E ela se desmanchando
E hoje quem olha pra ela nã diz quem é
Em vez de boneca de louça
Hoje é boneca de pano
De um sombrio cabaré

Festa Imodesta

Composição: Caetano Veloso

Minha gente
Era triste amargurada
Enfrentou a batucada
Pra deixar de padecer
Salve o prazer
Salve o prazer
Uma festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua festa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E o otário silência
Tudo aquilo que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida
Acima do coração
Que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E o otário silência
Tudo aquilo que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida
Acima do coração
Que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
Salve o compositor popular

Uva de Caminhão

Composição: Assis Valente

Já me disseram que você andou pintando o sete
Andou chupando muita uva
E até de caminhão
Agora anda dizendo que está de apendicite
Vai entrar no canivete, vai fazer operação
Oi que tem a Florisbela nas cadeiras dela
Andou dizendo que ganhou a flauta de bambu
Abandonou a batucada lá na Praça Onze
E foi dançar o pirolito lá no Grajaú

Caiu o pano da cuíca em boas condições
Apareceu Branca de Neve com os sete anões
E na pensão da dona Estela foram farrear
Quebra, quebra gabiroba quero ver quebrar
Você no baile dos quarenta deu o que falar
Cantando o seu Caramuru, bota o pajé pra brincar
Tira, não tira o pajé, deixa o pajé farrear
Eu não te dou a chupeta, não adianta chorar

Ary Barroso


O que é que a Baiana tem?

Composição: Dorival Caymmi

O que é que a baiana tem?
Que é que a baiana tem?
Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro, tem!
Corrente de ouro, tem!
Tem pano-da-Costa, tem!
Tem bata rendada, tem!
Pulseira de ouro, tem!
Tem saia engomada, tem!
Sandália enfeitada, tem!
Tem graça como ninguém
Como ela requebra bem!
Quando você se requebrar
Caia por cima de mim
Caia por cima de mim
Caia por cima de mim
O que é que a baiana tem?
Que é que a baiana tem?
Tem torço de seda, tem!
Tem brincos de ouro, tem!
Corrente de ouro, tem!
Tem pano-da-Costa, tem!
Tem bata rendada, tem!
Pulseira de ouro, tem!
Tem saia engomada, tem!
Sandália enfeitada, tem!
Só vai no Bonfim quem tem
O que é que a baiana tem?
Só vai no Bonfim quem tem
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim
Oi, não vai no Bonfim

Camisa Listrada

Composição: Indisponível

Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí
Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão

Tirou o anel de doutor para não dar o que falar
E saiu dizendo eu quero mamar
Mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar

Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
Levou meu saco de água quente pra fazer chupeta
Rompeu minha cortina de veludo pra fazer uma saia
Abriu o guarda-roupa e arrancou minha combinação
E até do cabo de vassoura ele fez um estandarte
Para seu cordão

Agora a batucada já vai começando não deixo e não consinto
O meu querido debochar de mim
Porque ele pega as minhas coisas vai dar o que falar
Se fantasia de Antonieta e vai dançar no
Bola Preta Até o sol raiar

Fita Amarela

Composição: Noel Rosa

Quando eu morrer, não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
Se existe alma, se há outra encarnação
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão

Não quero flores nem coroa com espinho
Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho
Estou contente, consolado por saber
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer

Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos mas não paguei a ninguém
Meus inimigos que hoje falam mal de mimV
ão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim

Alegria

Composição: Assis Valente e Durval Maia

Alegria
Pra cantar a batucada
As morenas vão sambar
Quem samba tem alegria!
Minha gente
Era tristre e amargurada
Inventou a batucada
Pra deixar de padecer
Salve o prazer
Da tristeza não quero saber
A tristeza me faz padecer
Vou deixar a cruel nostalgia
Vou fazer batucada de noite e de dia, vou sambar
Esperando a felicidadePara ver se eu vou melhorar
Vou cantando , fingindo alegria
Para a humanidade não me ver chorar

O Orvalho vem Caindo

Composição: Noel Rosa, Kid Pepe e Almirante

O orvalho vem caindo
Vai molhar o meu chapéu
E também vão sumindo
As estrelas lá no céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal

Meu cortinado é o vasto céu de anil
E o meu despertador é o guarda civil
Que o salário ainda não viu

O meu chapéu vai de mal a pior
E o meu terno pertenceu a um defunto maior
Dez tostões no Belchior

A minha sopa não tem gosto, nem tem sal
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
Isto é muito natural

A minha terra dá banana e aipim
Meu trabalho é achar quem descasque por mim
Vivo triste mesmo assim

E Bateu-se a Chapa

Composição: Assis Valente

E bateu-se a chapa, meu bem, nessa posição,
Eu com a cabeça pendida no teu coração (est.)
E hoje quando passas por mim nem me dás valor (que eu sei)
Mas eu vou contar a todo mundo que eu já fui o teu amor
Não sei se te lembras, amor, qual foi a razão
que minha cabeça ficou em cima de teu coração...
A minha cabeleira ficou despenteada
só para esconder tua camisa de malandro toda esburacada (e é por isso)
Acho muita graça, meu bem, quando você passa
com toda essa pose que até me parece um rei...
Olha que eu te estranho e mando a navalha
e corto esse chapéu de palha e essa calça de flanela
que fui eu quem dei (e é por isso)

Recadinho de Papai Noel

Composição: Assis Valente

Tenho um recadinho pra você, meu bem
Rabiscado num pedaço de papel
É um recadinho à toa
Recadinho à toa de Papai Noel
Recadinho que você vai ver
Que parece de criança que não tem o que fazer.

Papai Noel se zangou
Não sei qual foi a razão
Papai Noel me chamou
Brinquedinho de sabão
Me disse que você é
Do mesmo barro que Adão
Pois se você tropeçar
Também se quebra pelo chão.

Tenho um recadinho pra você, meu bem
Rabiscado num pedaço de papel
É um recadinho à toa
Recadinho à toa de Papai Noel
Recadinho que você vai ver
Que parece de criança que não tem o que fazer.

Papai Noel se quiserVai me fazer um favor:
Eu quero a lua pra mim,
Para mim e meu amor.
Aquela lua de mel
Em noite nupcial
Pra ver se assim sou feliz
Na linda noite do Natal.

Tenho um recadinho pra você, meu bem
Rabiscado num pedaço de papel
É um recadinho à toa
Recadinho à toa de Papai Noel
Recadinho que você vai ver
Que parece de criança que não tem o que fazer.

Maria Boa

Composição: Assis Valente

Que vantagem maria tem?
É boa
Como é que maria vive?
À toa
Com quem é aue maria vive?
Comigo
Onde é que maria vive?
Não digo
Não digo, não digo porque tenho certeza
Certeza porque sou escolado
Mulher é negocio de lado
E amigo é melhor separado
Que vantagem maria tem?...
Não digo, não digo porque tenho certeza
Certeza que minha maria
Não vai com a cara do homem
Que tem a falinha macia

Boas Festas

Composição: Assis Valente

Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem

Good Bye, Boy

Composição: Assis Valente

Good-bye, good-bye, boy

Deixa a mania do inglês
É tão feio pra você
Moreno frajola

Que nunca freqüentou
As aulas da escola

"Good-bye, good-bye, boy"
Antes que a vida se vá
Ensinaremos cantando
A todo mundoB e Bé, B e Bi, B a Ba

Não é mais boa-noite
Nem bom-dia
Só se fala "good morning"
Good night"

Já se desprezou o lampião
De querosene
Lá no morro

Só se usa luz da "Light"

Tem Francesa no Morro

Composição: Assis Valente

Donê muá si vu plé lonér de dancê aveque muá
Dance Ioiô
Dance Iaiá

Si vu frequenté macumbe entrê na virada e fini por sambá
Dance Ioiô
Dance Iaiá

VianPetite francesa
Dancê le classique
Em cime de mesa

Quand la dance comece on dance ici on dance aculá
Dance Ioiô
Dance Iaiá

Si vu nê vê pá dancê, pardon mon cherri, adie, je me vá
Dance Ioiô
Dance Iaiá

Com que roupa?

Composição: Noel Rosa

Agora vou mudar minha conduta, eu vou pra luta
pois eu quero me aprumar
Vou tratar você com a força bru.....ta, pra poder me reabilitar
Pois esta vida não está sopa e eu pergunto: com que roupa?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Agora, eu não ando mais fagueiro, pois o dinheiro não
é fácil de ganhar
Mesmo eu sendo um cabra trapacei.....ro, não consigo ter nem pra gastar
Eu já corri de vento em popa, mas agora com que roupa?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Eu hoje estou pulando como sapo, pra ver se escapodesta praga de urubu
Já estou coberto de farrapo, eu vou acabar ficando nu
Meu paletó virou estopa e eu nem sei mais com que roupa
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você meconvidou?

Minha embaixada chegou

Composição: Assis Valente

Minha embaixada chegou
Deixa meu povo passar
Meu povo pede licença
Pra na batucada desacatar
Minha embaixada chegou
Deixa meu povo passar
Meu povo pede licença
Pra na batucada desacatar
Vem vadiar no meu cordão
Cai na folia meu amor
Vem esquecer tua tristeza
Mentindo à natureza
Sorrindo à tua dor
Eu vi o nome da favela
Na luxuosa academia
Mas a favela pro dotor
É morada de malandro
E não tem nenhum valor
Minha embaixada chegou
Deixa meu povo passar
Meu povo pede licença
Pra na batucada desacatar
Não tem doutores na favela
Mas na favela tem doutores
O professor se chama bamba
Cirurgia é na macumba
Medicina lá é samba
Já não se ouve a batucada
A serenata não há mais
O violão desceu o morro
E ficou pela cidade
Onde o samba não se faz
Minha embaixada chegou
Meu povo deixou passar
Ela agradece a licença
Que o povo lhe deu para desacatar

Zeno Wilde

Wilde, Zeno (1947 - 1988)

Zeno Wilde Mendonça (Aquidauana MS 1947 - São Paulo SP 1998). Autor. Dramaturgo conhecido pelas incursões junto aos temas ligados à marginalidade. Após formar-se pela Escola de Arte Dramática, EAD, lança em 1980 seu primeiro e mais popular texto: Blue Jeans, abordando a vida de garotos de programa, texto encenado em várias montagens pelas capitais brasileiras e numa versão musical, realizada em 1991, pelo diretor Wolf Maya. Em 1984, cria O Meu Guri, sobre o tema proposto por Chico Buarque. Sua preocupação com os marginalizados volta em 1986, num espetáculo dirigido por Fauzi Arap, denominado Uma Lição Longe Demais, sobre os conflitos entre uma professora e seus alunos na periferia de São Paulo. O desempenho comovente de Gabriela Rabello torna a realização extremamente comunicativa com o público. Impacto artístico que se traduz em alguns expressivos prêmios. O crítico Alberto Guzik fala sobre a peça: "Escrita com secura e objetividade, dotada de diálogos afiados, levando para o palco personagens observados com cuidado e desenhados de modo consistente, Uma Lição supera o nível do drama e atinge em muitas passagens o cume da tragédia".1
Anjos da Guarda, de 1987, e Quem Te Fez Saber Que Estavas Nu, de 1989, são novas incursões sobre este universo de marginalizados que tanto fascina o autor. A jornalista Marici Salomão escreve: "Anjos de Guarda é um soco em um ato e 60 minutos. Uma jovem psicóloga da Febem, Nira, entra num casarão abandonado na periferia de São Paulo onde se esconde o menor fugitivo Gabriel, de 17 anos por quem está apaixonada. Foi guiada por Fumaça, menor com passagem na polícia e colega de Gabriel. Bem-intencionada, ingênua e amante, a moça acredita que pode convencer Gabriel a se render. Gabriel confessa ter sido protegido, já na saída da instituição, por um traficante que lhe garantirá a subsistência nas ruas. Uma enorme tensão pontua o espetáculo do início ao fim. A peça transcorre em tempo real, sob total suspense, na transição do dia para a noite".2 O ambiente da prostituição masculina ressurge em 1992, através de Olhos Cor de Mel, de James Dean, encenada por ele próprio. Mesmo ano em que cria, sobre a vida de Assis Valente, um interessante musical que mescla a vida e a obra do compositor carioca: Salve o Prazer!
Nos anos subseqüentes surgem novas criações, destinadas a pequenos elencos e novamente centradas sobre personagens à margem da sociedade: Uma Canção Desesperada e Exagerei no Rímel, ambas de 1993, e Zero de Conduta, em 1994. Dois anos após, debruça-se sobre a obra Baal, de Bertolt Brecht, produzindo uma versão livre e adaptada ao clima brasileiro. Inspirado pela vida e obra de Pasolini, cineasta italiano, escreve e encena Pasolini - A Segunda Morte de Pedro e Paulo, em 1996, mesmo ano em que ganha o Prêmio Estímulo de Dramartugia, por Verona - Ruptura e Sonho, sua última peça.
Para a televisão colabora no texto das novelas As Pupilas do Sr. Reitor, em 1995; Razão de Viver, em 1996, e Mandacaru, em 1997.
Sobre o dramaturgo, pronuncia-se o autor e diretor Fauzi Arap:. "Zeno era um trabalhador do teatro. Era um belo dramaturgo, que estudava muito. E o último espetáculo dele, Pasolini, foi a sua melhor direção. Algumas peças devem permanecer. Outras devem ainda ser descobertas, como Salve o Prazer, um musical sobre Assis Valente".3
Alberto Guzik analisa: "Dramaturgo que levou excluídos, miseráveis, malditos e marginais para a cena, o aquidauanense Zeno Wilde deixou uma obra que dialoga com a de seu contemporâneo, o santista Plínio Marcos. Embora tivessem impulsos distintos, que caracterizavam e definiam seus universos teatrais - Wilde lançou seu olhar principalmente para crianças e adolescentes de rua, Marcos para prostitutas, mendigos, presidiários, biscateiros... -, os dois partilharam temas, um lirismo desencantado, a indignação".4
Notas

1. GUZIK, Alberto. Anjos da Guarda Pede Mais Ação. São Paulo, O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 9 de novembro de 2001.

2. SALOMÃO, Marici. Um Soco em um Ato e 60 minutos. São Paulo, O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 6 de outubro de 2001.

3. ARAP, Fauzi. Depoimento sobre Zeno Wilde. In: SÁ, Nelson de . Zeno Wilde. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 dez. 1998. p. 3-4.

4. GUZIK, Alberto. Anjos da Guarda Pede Mais Ação. São Paulo, O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 9 de novembro de 2001.
FONTE: Enciclopédia Teatral do Instituto Itaú Cultural (http://itaucultural.org.br)

Noel Rosa


Nara Leão


Dorival Caymmi


Carmem e Aurora Miranda


Carmem Miranda




Aurora Miranda


Aracy Cortes


Assis Valente


Assis Valente